Seguro

* Texto publicado hoje no Jornal do Centro



Em 2011, depois de José Sócrates ter levado o país a um resgate e o PS ao seu segundo pior resultado eleitoral de sempre, o aparelho correu todo para os braços de António José Seguro.

Seguro não percebeu, ou não quis perceber, que os anos do negocismo autoritário de Sócrates tinham mudado o partido. Os valores do PS pós-socrático já pouco têm a ver com os do PS de António Guterres e de Ferro Rodrigues. 
Seguro conformou-se com isto e agora está sempre a tropeçar no fantasma socrático.
O actual líder socialista, por feitio, é mais de reagir do que agir, mas agora tem que tomar uma iniciativa política muito importante.

O caso é este: daqui a meio ano cessa o apoio financeiro da troika. Portugal precisa de regressar aos mercados. Esse regresso é mais fácil com uma bengala a que se costuma chamar “programa cautelar”.

O governo já veio dizer que a assinatura do PS não é necessária no programa cautelar. Isto é, Pedro Passos Coelho e Paulo Portas estão a tentar pregar uma rasteira a Seguro: se ele se puser de fora, coloca-se no mesmo plano de Jerónimo de Sousa e do duo que manda no bloco. E nunca chegará a primeiro-ministro.

Seguro devia, por uma vez, tomar a iniciativa política e aparecer um dia destes às 20 horas nos telejornais e pôr o PS na fotografia de onde o querem tirar.

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