Branco de Neve*

* Publicado no Jornal do Centro há exactamente dez anos, em 13 de Abril de 2007


1. Agora é que o governo vai resolver o problema do défice de vez! Decidiu “combater a fuga ao fisco dos funcionários públicos”, cruzando informação de 11 bases de dados. A Comissão Nacional de Protecção de Dados já aprovou o ante-projecto do diploma, embora com um alerta para a redacção do artigo que define o objecto e a finalidade do cruzamento de dados, artigo esse que usa "termos demasiado amplos e, consequentemente, pouco rigorosos".

Têm acesso a esta informação as 11 gestoras das bases de dados, a Direcção-Geral das Contribuições e Impostos, a Direcção-Geral das Alfândegas e dos Impostos Especiais sobre o Consumo, a Inspecção-Geral de Finanças, o Instituto da Segurança Social, nomeadamente através do Centro Nacional de Pensões, o Centro Nacional de Protecção contra os Riscos Profissionais e os Solicitadores de Execução. É demasiada gente a espreitar informação sensível da vida dos funcionários públicos e suas famílias.

Até quando é que a Função Pública vai continuar a ser o “saco de boxe” das desgraças do país?

2. O Teatro Viriato exibiu, na Semana Santa, em duas sessões esgotadíssimas, o “Auto do Branco de Neve e os seus machões”, um texto de Armando de Silva Carvalho, encenado por Graeme Pulleyn e interpretado por 26 jovens com idades entre os 13 e os 20 anos.

Gisberta
A peça baseia-se na história de Gisberta, transsexual brasileira, encontrada morta depois de ter sido atirada para um fosso num prédio do Porto. Os culpados, como se sabe, tiveram penas vergonhosamente leves.

Graeme Pulleyn conseguiu uma grande homogeneidade na qualidade da representação.

Esta foi uma iniciativa que honra muito o Teatro Viriato. Parabéns especiais para o trabalho de Graeme Pulleyn e dos jovens actores e actrizes.

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